Desde que somos crianças, nas peladas de rua, ou de praia, sempre a última posição a ser ocupada é a de goleiro. É sempre aquele cara que não tem muita habilidade, que não sabe ser artilheiro e, se quiser jogar, tem que ir para o gol. E vai. Às vezes se revela, mas na maioria das vezes é aquele que mais tem a mãe lembrada (depois do juiz).
Quando o infeliz "vinga" na posição, e começa a jogar "de verdade", em clubes, e vai subindo, continua sendo eternamente perseguido pelo "estigma da posição".
O goleiro é aquele que joga no único local onde não nasce grama... É a chamada posição maldita. Durante uma partida, ele pode fazer 2591 defesas das ditas "milagrosas", mas se por acaso "tomar um frango", além de ter que pedir muitas desculpas à sua mãe quando chegar em casa, será o único culpado da derrota de seu time.
As defesas milagrosas que fez são esquecidas (é obrigação dele, é pago para defender tudo). Os inúmeros gols perdidos pelos atacantes, também são esquecidos. A única coisa lembrada, (além da mãe do goleiro), será o "frango" mal digerido.
Existem exemplos históricos de grandes goleiros que passaram para a história por causa de uma única falha. Todas as vitórias conseguidas graças às grandes defesas, foram esquecidas. Só AQUELE FRANGO, é que é eternamente associado ao infeliz.
Só para rememorar alguns desses "heróis" de nosso esporte:
Também há que se levar em conta que eu também fui goleiro, e tive meus maus momentos. E antes que alguém pergunte, apesar da coincidência de nomes, não sou "aquele" Marcial que jogou no Corinthians e Flamengo. Só joguei na praia, e em clubes amadores.
Bem, aos meus colegas defensores do "último reduto", só me resta, além de minha solidariedade, oferecer um delicioso frango recheado...