Bem... convenhamos que o futebol anda por demais maltratado
para que sintamos algum entusiasmo para falar sobre as coisas atuais.
Vamos então recordar... Para ver se dessas recordações
pode sair algo de melhor para o futuro.
Vamos falar de alguém que recentemente deixou nosso convívio.
VAVÁ, o inolvidável Vavá "Peito de Aço" ,
codinome que lhe foi dado pelo também saudoso Geraldo José de Almeida, que
foi um dos maiores heróis de duas gloriosas conquistas do futebol brasileiro,
o bicampeonato mundial 1958/62. Naquele tempo dava gosto ver a Seleção
Brasileira jogar.
Vavá, sempre foi um artilheiro nato. Daqueles a quem a
bola procura na hora de ser empurrada para dentro do gol. Tinha um notável
senso de colocação. Além de suas qualidades técnicas de artilheiro, sempre
demonstrou uma valentia incrível para decidir as jogadas na área. Não tinha
medo das divididas, e encarava qualquer zagueiro truculento.
Sua carreira foi das mais brilhantes, deixou saudades em
todas as equipes que jogou. Mas quando vestia a camisa canarinho, virava um
autêntico leão em campo. Era desses jogadores como não vemos mais, com autêntico
"Espírito de Seleção". Não como os Rivaldos da vida, jogadores
mercenários, que pelos clubes que lhes pagam fortunas, dão sangue, jogam
maravilhas... mas pela Seleção, confessam-se desmotivados, por lhes faltar,
pasmem... "carinho da torcida". Tá bom. Se quer carinho, procure o
colo de sua mãezinha... Com nosso "Peito de Aço" isso nunca
ocorreu. Pela Seleção jogava as chamadas "partidas de sua vida".
Descanse em Paz, Vavá... Você foi cedo demais...Ainda
tinha muito o que ensinar a essa turminha de mercenários que anda por aí...
Segundo notícias recebidas através de nosso amigo Antonio
Falcão, o grande craque do passado Júlio Botelho, está doente, e
completamente abandonado pelos amigos de antigamente, e também pelos clubes
onde jogou. Não consegui obter maiores informações sobre esse triste
assunto, e pediria que meu amigo Antonio Falcão complementasse sua informação,
dizendo onde está nosso querido Julinho.
Júlio Botelho, sempre foi conhecido por JULINHO. Começou
sua carreira na Portuguesa, depois foi para o Palmeiras, e também jogou na Itália.
O ponto alto de sua carreira foi quando defendeu as cores
do Palmeiras, que deveria dar uma atenção melhor ao ex-ídolo, não o
deixando passar necessidades. Afinal, foi uma das glórias alviverdes,
situando-se no mesmo nível de importância de um Waldemar Fiume, de um
Oberdan, sempre cultuados.
Não poderia deixar de citar um episódio sobre Julinho,
que mostrou bem seu caráter, sua força interior. Diante de um Maracanã
lotado, foi escalado para jogar na extrema-direita, no lugar, logo de
Garrincha. Quando foi anunciada a escalação de Julinho, ao invés de
Garrincha, começou uma vaia de 200.000 pessoas. Vaia que continuou com a
entrada da equipe em campo, e que prosseguia intensa quando Julinho tocava o pé
na bola. Qualquer outro, simularia uma contusão, e pediria para sair, pois não
havia mais condições para que ele continuasse jogando...
Mas de repente, Julinho calou o Maracanã, ao fazer uma
jogada magistral e de seus pés saiu o passe para o primeiro gol brasileiro
contra os ingleses. Mais alguns minutos, e ei-lo novamente em sua jogada
característica, uma arrancada célere pela extrema direita do campo,
driblando que estava à sua frente, e marcou o segundo gol. E as vaias
transformaram-se em aplausos...
Esse episódio serve apenas para realçar o caráter de Júlio
Botelho que, realmente, não merece estar agora entregue à própria sorte, a
ser exata a informação recebida.
Vamos acordar senhores?